terça-feira, 24 de maio de 2011

Caderno Zap - Estado de SP - 1995

Estou postando mais uma vez uma matéria sobre o Green Day de 1995, ou seja, mais Dookie! Foi feita por Israel do Vale. Espero que gostem!

GREEN DAY

Promoção do "Zap!" premiou 30 leitores com CD da banda californiana
que reacendeu a discussão em torno da vida, morte e ressurreição do punk;
disco rendeu Grammy de revelação(*) e vendeu 3 milhões de cópias


Conte nos dedos quantas vezes você ouviu falar que o punk já morreu. Haja dedo, não? Provavelmente na primeira vez que disseram isso, o classicaço Never Mind The Bollocks, lançado em 1977 pelos Pistols, não tinha feito um único aniversário. Mas, vira e mexe, aparece alguém para contestar essa idéia - ôps, isso parece coisa de punk!!!

Os últimos que reivindicaram o título de herdeiros do movimento se deram bem. Billie Joe (guitarra e voz), Mike Dirnt (baixo e voz) e Tré Cool (bateria) - a trinca que atende nas lojas de discos por Green Day -, andam vendendo horrores de Dookie, único rebento da banda lançado no Brasil. (...) setenta e tantos mil brazucas encaixaram na cedeteca o disco que valeu quatro indicações do grupo para o Grammy deste ano.

Dookie é o terceiro disco do Green Day. É dele o plurimegahit Basket Case, que pode não ser assim punk, punk, daqueles bem crus, mas é um sonzaço que intima ao pogo do mesmo jeito. Antes deste disco, o trio californiano tinha lançado, pela Lookout Records, os indies 39/Smooth (de 1990, depois relançado - com algumas faixas de EPs a mais - como 1.039 Smoothed Out Slappy Hours) e Kerplunk (1992) - já com Tré, o atual batera, em lugar de John. O alvoroço criado em torno dos discos e shows da banda no circuitão alternativo abriu as portas para o contrato com o selo Reprise, com quem o Green Day assinou em 93. Na prática: distribuição mundial de Dookie, via WEA, com direito a clipe, turnê com infra invejável... O resultado foi que, ainda no começo do ano, os caras já tinham vendido 3 milhões de cópias.

Entre os tempos de Sweet Children, primeiro nome da banda, e o prêmio de revelação(*) no Grammy deste ano, passaram-se sete anos. Mas a história toda começou algum tempo antes. Desde 1983, dois pivetinhos chamados Billie e Mike já estavam metidos com a música. Juntos. Tinham, na época, 11 anos e cismaram que queriam tocar guitarra. Quatro anos depois a duplinha fundaria lá mesmo em Rodeo, no subúrbio de Berkeley, o tal Sweet Children.

Podem não ser exatamente os antecedentes criminais que se esperaria de uma banda que, dizem, ajudou a tirar o punk da tumba - junto com Offspring, NOFX, Pennywise e, antes ainda, Bad Religion etc. Pode ser que os caras só tenham descoberto que eram "punks" depois do terceiro disco. Quem liga? Dookie é diversão garantida. Se é neo-punk e se saiu com a cara do pai, já é outra história. Polêmicas, polêmicas...

(*)na verdade eles ganharam o Grammy de "melhor performance alternativa". O de revelação ficou com a Sheryl Crow. Aliás eu mandei uma carta pro jornal na época, corrigindo a informação, e ela foi publicada. Argh!

Por: @_DrunkBunny


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